Quanto de aplausos você precisa?

Hoje vou falar sobre uma das nossas características mais profundas, e que nos causa muitas frustrações na vida: a necessidade de reconhecimento.

Todos nós, em maior ou menor grau, precisamos ter nossos feitos reconhecidos pelos outros. Somos humanos e esse reconhecimento é necessário por ser algo que equilibra a nossa autoestima. O que não podemos é viver dependentes deste reconhecimento.

Quando utilizamos a nossa afetividade com os cinco sentidos da alma e colocamos amor em tudo que fazemos, inclusive nas pequenas coisas como lavar uma louça, cuidar de uma planta, a necessidade de aplausos vai diminuindo. Ou seja, quando fazemos o bem apenas pelo bem já somos recompensados no ato.

A maioria das nossas ações ainda é muito baseada na esperança de receber algo em troca, muitas vezes isso é inconsciente, não percebemos. Mas basta o outro nos contrariar ou não atender as nossas expectativas jogamos na mesa tudo que fizemos por ele, o chamamos de ingrato, de insensível e nos sentimos as vítimas da situação. Se cuidamos de alguém doente, esperamos que no mínimo ele nos agradeça e fale bem de nós para os outros; se fazemos um favor, esperamos que o outro nos retribua quando necessitarmos; se trabalhamos muito em um projeto, esperamos que o nosso superior nos reconheça, seja com elogios, seja financeiramente. Esperamos, esperamos, e esperamos…sempre do outro.

Quando, aos poucos, vamos conseguindo ser menos metade, passamos a nos sentir mais completos apenas com nós mesmos. Assim, começamos a compreender mais quando o outro não nos corresponde, mesmo porque o outro é o outro e é diferente de nós. Afinal, não existe no mundo uma pessoa igual à outra. E cada um dá o que pode.

Precisamos aprender a sofrer menos quando não recebemos de volta o bem que fizemos, pois o amor verdadeiro é realizado no dar e não no receber.

Isso não significa ser passivo. Não quer dizer que devemos aceitar de volta a agressividade, a maldade, o desrespeito. Todos temos limites que devem ser estabelecidos e respeitados, mas para isso é necessário falar, pois o outro, apesar da nossa vontade, não consegue adivinhar o que estamos sentindo.

Aprender a não esperar reconhecimento alheio é uma luta diária. Quando não criamos expectativas não nos frustramos, não sofremos e nos tornamos um pouco mais inteiros, colocando a felicidade no que é real e não ilusório.

Uma ótima semana de ação no bem (sem esperar recompensa) para todos nós!

Meditação

21. Não importa o problema que você enfrenta, desvie a mente evitando a obsessão de si mesmo. Entregue-se ao trabalho para resolvê-lo, mantendo a confiança de que você irá vencê-lo.

4 comentários

  1. Oi Ana,estou aprendendo que primeiro tenho que ENTENDER o que está acontecendo para depois tentar resolver tendo a certeza de que irei conseguir.Estou pondo em prática,é trabalhoso mas não é impossível.Bjo

  2. Oi Ana, parabéns pelo texto!!
    Conforme você comentou, “Somos humanos e esse reconhecimento é necessário por ser algo que equilibra a nossa autoestima.” e “A maioria das nossas ações ainda é muito baseada na esperança de receber algo em troca, muitas vezes isso é inconsciente, não percebemos.” O quão esse sentimento, essa busca pelos “15min de fama” é reflexo do nosso lado animal? Todo homem tem essa necessidade?
    Grande beijo!

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