Olá amigos, bem-vindos novamente ao blog!!
Olhando esse título podemos pensar que é claro que amor é amor e troca é troca, e que sabemos identificar muito bem isso. Mas na verdade, não sabemos.
Quando nascemos, ainda bebês, não temos a percepção da existência do outro. Só aos poucos isso vai acontecendo, e imaginem o trauma que deve ser saber que você não é o único no mundo. Até então era só chorar que as necessidades eram atendidas. Quando vamos crescendo um pouco mais, percebemos que precisamos do outro para nos sentirmos amados, passamos a depender do outro (pai, mãe, cuidador). Quando fazemos algo errado e um destes personagens briga ou diz que não pode, nossa autoestima é afetada, e então buscamos fazer as coisas que eles querem para que continuem nos amando. Dependendo da educação recebida, (seja ela real ou imaginada por nós) se houver falta ou excesso de zelo, seremos eternos dependentes de segurança e reconhecimento alheios.
Essa nossa estrutura externa, que mostramos para fora é o que denominamos personalidade, e é formada antes do nosso caráter. É o como nos mostramos para o outro. Fazemos porque os outros falam que é o certo fazer. Com o tempo esses valores podem virar ou não verdades para nós e introjetamos no nosso caráter, que é a nossa estrutura interna, o como nos vemos. E ambos, é claro, são idealizados por nós.
Acontece que como seres individuais, já trazemos conosco geneticamente tendências inatas. E nem sempre o que as pessoas falam que é certo e o que “achamos” que é certo bate com o nosso verdadeiro eu. O ideal durante o crescimento e no enfrentamento da vida é aos poucos flexibilizar os valores da personalidade e do caráter, avaliar o que serve e o que não serve, sendo honestos com a gente mesmo. Mas não fazemos isso! Com a ilusão de que sempre seremos amados e recompensados continuamos fazendo o que os outros querem. Damos para receber. E isso não é amor.
Se estamos fazendo algo por alguém ou dando algo, em troca de segurança e reconhecimento, não estamos amando. Não fazemos isso pelo bem do outro e sim pelo nosso, só pensamos em nós. É algo trabalhoso e que a grande maioria das pessoas não quer enfrentar, então vem o sofrimento e a decepção com o outro e com a vida.
Enquanto não assumirmos nossos verdadeiros desejos iremos sofrer. Enquanto dependermos da aprovação do outro iremos sofrer. Enquanto esperarmos do outro, iremos sofrer.
É claro que como seres imperfeitos que somos ainda precisamos receber o mínimo de segurança e reconhecimento, o problema é quando estamos dependentes disso, quando não tentamos a cada dia diminuir essa dependência emocional. E o pior de tudo é que não nos olhando, não nos enxergando, colocamos toda a culpa no outro. É ele o responsável, e não nós. Ele é o culpado por não resolver o fato de nós não conseguirmos lidar com as nossas frustrações e egocentrismo. É o outro que tem a obrigação de esquecer os problemas dele e resolver os nossos. Só que não!
Mas então o que é o amor?
Amar não é trocar o que você dá pelo que você vai receber. Amar é doação. Amar é respeitar que o outro é diferente, que nunca irá nos completar. Amar é entender que o outro não é o responsável pela nossa felicidade. É respeitar e aceitar o outro exatamente como ele é e não como gostaríamos que ele fosse.
Amar é perceber que essa felicidade está dentro e não fora. Amar é deixar ir, amar é leve. Amar é saber que se for verdadeiro vai ficar, independentemente de onde estiverem. Amar é confiar, é proporcionar felicidade. É ficar feliz pelo outro estar feliz.
Mas como vamos aprender a amar assim o outro se não amamos a nós mesmos? Como vamos respeitar assim se não respeitamos a nós mesmos, nos preocupando com o que vão pensar de nós, e nos colocamos como perfeitos e infalíveis?
O processo do amor começa dentro de si, assumindo suas sombras, seus defeitos e transformando-os em luz. Não é fácil, mas é o único caminho real para a paz e a felicidade. E acredite, a terapia ajuda demais.
Pense e avalie a sua vida, você está se amando? Está amando o outro? Ou está fazendo da sua vida um caminho de trocas e frustrações?
Um grande abraço e até a próxima.
Meditação
65. O amar é fraterno, indistinto, percebendo a tudo e a todos com o desprendimento do ego, sem rótulos ou preconceitos, captando a beleza interna, os valores, a alegria, avaliando além do que é superficial.
1 comentário