Uma das aulas de individuação que me marcou muito no primeiro ano do curso falava sobre juízo de valor e juízo de razão. Em um dos exercícios propostos, eram apresentadas diversas situações do dia a dia em um quadro, e tínhamos que escrever na frente de cada uma um juízo de valor e um juízo de razão. Sobre este último, sofri muito para conseguir. Para melhor compreender a minha dificuldade, vou explicar a diferença entre um e outro.
Juízo de valor faz parte da nossa consciência egocêntrica, quando pensamos apenas em nós mesmos, buscando atender necessidades de segurança e reconhecimento. É quando julgamos o outro, sem respeitá-lo, baseando-nos apenas no nosso padrão (imperfeito) e na capacidade que acreditamos ter de saber o que é certo e o que é errado. Agimos sem tentar compreender o comportamento alheio, somos agressivos e rotulamos. Ex: Você é um burro, grosseiro, revoltado!
O juízo de razão gera movimento de crescimento, mostra preocupação com o outro e procura compreender, sem acusar. Não significa passar a mão na cabeça e fingir que nada está acontecendo. Muito pelo contrário, o juízo de razão educa, impõe limites, faz pensar e refletir sobre as atitudes e incentiva a mudança positiva. Ex: Tenho percebido que está perdendo a calma com facilidade ultimamente. Você está com algum problema? Posso te ajudar?
Enquanto no juízo de valor utilizamos o verbo ser no juízo de razão utilizamos o verbo estar, pois como seres em evolução não somos, mas estamos momentaneamente de um determinado jeito.
Neste exercício, descobri que infelizmente o juízo de valor está introjetado no nosso modo de ser tão fortemente que o fazemos sem pensar, é algo automático. A grande dificuldade que tive em realizá-lo me fez pensar o quanto eu julgava (e ainda julgo), mas foi importante para estabelecer mais uma meta de mudança na minha vida.
O processo é trabalhoso, mas possível, e a cada conquista me motivo a continuar. Abaixo segue uma pequena parte do exercício. Faça um teste, de acordo com os exemplos acima, e veja como você está se comportando em relação ao outro. E não se julgue, lembre-se que o universo conspira, nos dando todos os dias a oportunidade de fazer um pouco mais.
Situação Juízo de Valor Juízo de Razão
1. O outro está acomodado
2. O outro nunca ouve você
3. O outro é extremamente ciumento
4. O outro não admite seus erros
5. O outro está agressivo
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