Fazer terapia: você tem coragem?

Olá amigos bem-vindos novamente ao blog. Desta vez decidi falar um pouco sobre o trabalhoso processo terapêutico, não é fácil, não é todo mundo que está preparado, e tudo bem.

Muitas vezes as pessoas têm vergonha de falar que está fazendo terapia, por medo de julgamento, por preconceito próprio, por achar que está sendo fraca em pedir ajuda. Só por aí já percebemos as dificuldades que o paciente encontra quando toma essa decisão, além do (s) problema (s) que os levaram ao consultório.

As pessoas julgam, o preconceito ainda é grande, infelizmente. Mas já é um grande passo na libertação do poder que o outro exerce sobre nós quando enfrentamos e assumimos. Sim, somos imperfeitos e muitas vezes precisamos de ajuda profissional para dar conta de tanta coisa na nossa vida. Não é preciso ter um grande problema para fazer uma análise, basta querer se tornar uma pessoa melhor, se conhecer melhor, se amar melhor.

E o processo não é fácil. Quem persiste é corajoso e batalhador, mas lá na frente vai colher os frutos do trabalho realizado em conjunto com seu terapeuta. Muitas vezes, no meio do caminho, o paciente desiste, encontrando diversas “razões” para ir embora, e está tudo certo. Cada um tem seu tempo, cada um tem seu ritmo, e temos sempre que respeitar isso. Não existe certo e errado, existe o respeito por cada ser humano que é único.

Essas “razões” são mecanismos de defesa, que o ego utiliza para não mexer no que está recalcado no inconsciente e que atrapalha a nossa vida. Com o tempo, na terapia, esses mecanismos vão diminuindo e o paciente vai permitindo se abrir e trabalhar a dor, para poder se livrar da energia negativa das memórias que os afligem.

Cada passo, cada choro, cada dor revivida, cada mudança necessária machuca. É preciso um mergulho no orgulho, no egoísmo, nas sombras, é preciso se enxergar como realmente é, e não como se idealizava ser. E é muito dolorido. É trabalhoso perceber que somos responsáveis pelas situações em que nos encontramos. É trabalhoso mudar nossas crenças e aceitar as pessoas e a nós mesmos como realmente somos. Mas, aos poucos, os pacientes vão percebendo o quanto tudo isso faz bem, o quanto traz paz e felicidade, e como é bom assumir as rédeas da própria vida. E vão aprendendo a lidar melhor com as expectativas, frustrações e imperfeições. E isso não tem preço.

Em alguns momentos o paciente sente raiva do terapeuta, sente vontade de não ir mais, falta sem motivos importantes, ainda fugindo do olhar para si. E isso faz parte do processo. Tudo bem. O importante é persistir, lutar, confiar na pessoa que está com você nesse longo caminho do autoconhecimento e ser honesto consigo mesmo.

Fazer terapia, apesar das dores, é maravilhoso. A pessoa entra de um jeito e sai de outro, quando realmente se coloca como prioridade. As mudanças são percebidas em casa, no trabalho, nos grupos sociais. O externo passa a ser externo e não incomodar a ponto de nos destruir. A aceitação de si é um alívio, a aceitação do outro também. As doenças vão indo embora, já que com o falar colocamos pra fora tudo que nos faz mal.

Com a entrega na terapia trabalhamos mágoas, culpas, desejos não realizados, frustrações. Nos tornamos menos exigentes com a gente e com os outros, a vida fica mais leve,  as soluções aparecem mais facilmente, e começamos a viver melhor.

Pra fazer terapia é preciso coragem, portanto, não se importe com o julgamento alheio. Cada um dá o que consegue no seu momento e no seu nível de consciência. Foque na sua melhora, se entregue, não minta, não omita, se permita. O profissional que está ao seu lado deve ser de sua confiança e, neste caso, estará com todos os sentidos atentos para sua dor e para ajudá-lo neste caminho trabalhoso em direção a luz. E a transformação é simplesmente demais.

Faça terapia, você merece.

Abraços e até a próxima!

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