Olá pessoal, hoje quero começar o post com uma frase sensacional de Carl Gustav Jung: “Não se deve esquecer a seguinte regra: o inconsciente de uma pessoa se projeta sobre outra pessoa, isto é, aquilo que alguém não vê em si mesmo, passa a censurar no outro. Este princípio tem uma validade geral tão impressionante que seria bom se todos, antes de criticar os outros, se sentassem e ponderassem cuidadosamente se a carapuça que querem enfiar na cabeça do outro não é aquela que se ajusta perfeitamente a eles.”
Mas o que afinal esta frase quer dizer? Ela reflete um dos temas mais trabalhados na psicanálise, a projeção. Como seres em evolução, ainda não estamos preparados para enfrentar determinados tipos de situação, e então, vamos criando as nossas sombras, ou seja, os nossos recalques.
Tudo que nos desagrada e não resolvemos pelo uso do amor e da razão jogamos para o fundo do nosso inconsciente. O que não aceitamos e não nos permitimos mostrar é escondido a sete chaves, colocamos a nossa máscara e apresentamos o que gostaríamos de ser, mas não quem somos de verdade.
Nossas culpas, medos, raivas, tristezas, tendências, desejos não realizados são todos enviados para esse enorme campo chamado inconsciente. Nossa arrogância, prepotência, presunção, sentimento de superioridade, orgulho, entre outros, também vão junto com esta bagagem e lá se acumulam, aumentando cada vez mais as nossas sombras. E elas nos assombram.
Hipócritas que somos, achamos que não temos nada disso dentro de nós, que já nascemos prontos e o outro é quem tem problemas, não nos enganemos! Mas que fique claro que isso não quer dizer que somos melhores e nem piores. Como não canso de dizer, estamos em evolução e cabe a cada um de nós se libertar destas sombras, trabalhá-las com amor e compreensão e transformá-las em luz.
Voltando a frase de Jung, ela explica que todo esse lixo que guardamos dentro de nós passamos a enxergar no outro, o que me lembra aquela velha frase: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”. Então amigos, o que temos que fazer é parar de julgar o outro, de culpá-lo pelos nossos problemas e infelicidades. Quando dizemos que alguém é superior e isso nos incomoda, significa que isso está mal resolvido em nós. Talvez dentro de nós haja uma superioridade que não temos coragem de exprimir e projetamos no outro. Quando você sente que alguém te ofendeu, verifique profundamente se o que esta pessoa falou realmente não faz sentido, mesmo que a forma com que ela tenha se expressado não tenha sido adequada.
Quando estamos bem com os nossos conteúdos o outro para de nos incomodar. Toda vez que sentir que algo em alguém está te tirando a paz, converse com seu coração, pergunte-se por que aquela situação ou atitude do outro te fez tão mal.
Precisamos sair deste mundo ilusório onde julgamos, apontamos o dedo e sempre nos colocamos como melhores. Não sabemos nada do que o outro está passando intimamente, não sabemos das suas sombras, dos seus sofrimentos. A única pessoa que podemos conhecer verdadeiramente somos nós mesmos e nem nos damos ao trabalho de fazer isso. Preferimos dizer que o outro é invejoso, que o outro é ciumento, que o outro é orgulhoso. E se for, por que se incomoda tanto?? Cuide da sua plantação e pare de se preocupar com a do outro, olhe para si e veja onde precisa melhorar, perceba se está colocando amor em tudo que faz e, principalmente, se está colocando amor na sua parte sombra, que você gasta tanta energia para esconder, mas que aparece cada vez que você não respeita o seu próximo.
Uma ótima semana de muita reflexão e menos projeção para todos nós.
Meditação
- Não viva hoje a desarmonia da culpa pelo desajuste de ontem. O passado não pode ser alterado e o presente exigirá muito mais de você.
Olá! Achei esse post por conta do site Eu sem fronteiras.
Não costumo julgar os demais. Mas tenho um empecilho grande com a namorada do meu irmão. E em terapia, me disseram essa frase, como se fosse o motivo desse empecilho com essa pessoa.
Até hoje penso, repenso, e não acho projeções minhas nesta pessoa. Eu busco isso pois quero resolver, tirar o empecilho da minha vida.
É relevante dizer que, a pessoa responsável pela terapia me perguntou o que eu não gostava da pessoa. Aí eu citei tudo. Em retorno tive essa ideia do espelho, da projeção. E foi me explicado que é como se fosse as coisas que temos em comum. Mas eu discordei. Pois eu reconheço as coisas, boas e ruins, que tenho em comum com tal ser. Mas não me questionaram as semelhanças entre nós, mas o que eu não gosto.
Até hoje busco em mim e até nela, algo que possa responder essa confusão.
Gostaria de saber se é isso mesmo, ou a profissional com quem fiz a terapia se equivocou com as questões e conclusões?
Abraços,
Renata Silva
Olá Renata, sim, fazemos projeções diariamente, às vezes elas estão tão recalcadas em nós que não conseguimos acessar. Acredito que um período maior em terapia possa te ajudar a encontrar estas respostas.
Grande abraço.
Obrigada pelo retorno, Ana!
Imagina, se precisar, só chamar!